terça-feira, 19 de junho de 2012

na Agência USP - Indígenas da Amazônia têm narrativas similares às da Bíblia



A convivência com povos amazônicos, indígenas da região do Nhamundá-Mapuera e do Alto Rio Guamá, por mais de quatro anos, permitiu ao linguista e narratólogo Álvaro Fernando Rodrigues da Cunha identificar semelhanças “inesperadas” entre as narrativas dos índios e histórias bíblicas do Velho Testamento. 

A partir desta constatação, Cunha realizou cruzamentos entre as narrativas se utilizando de uma ferramenta que ele denominou “Teoria em cruzamento para oralidade e escrituralidade”. “Estamos diante de uma nova Teoria para estudos na área de ciências humanas e sociais”, garante o pesquisador.
“Depois de aprender a língua daqueles povos percebi similaridades, inclusive temporais, com 17 narrativas bíblicas. Tratando-se de povos isolados e que não possuem escrita com a Bíblia é algo, no mínimo, intrigante”, considera o linguista, que defendeu sua tese de doutorado na Faculdade de Filosofia, Letras e Ciências Humanas (FFLCH) da USP, sobre o tema em questão.

Ele ressalta que no período em que conviveu com os índios, entre 2002 e 2005, eles viviam praticamente isolados da civilização. “Não tenho receio em dizer que as semelhanças podem ser atribuídas a um ‘elo perdido’”, acredita. Segundo Cunha, as narrativas desses povos que habitam a Amazônia têm muita coincidência com as narrativas bíblicas. “Os relatos estão apenas ‘maquiados’ por outras versões existentes noutras culturas”, relata.

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