Fora do carnaval tudo isso podia ser visto nos bairros - que chamam hoje de “comunidades”. Aliás, na minha modesta opinião, esse termo define bem o quanto nossa sociedade procura diferenciar os que têm mais dos que têm menos -, nos bares do centro da cidade, nas caixas dos engraxates, nas rodas da boa malandragem!
Pois é! O “espetáculo” televisivo carnaval deu no que deu. Vergonhoso em seu final, principalmente em relação aos episódios ocorridos na apuração em São Paulo. Que “coisa” é essa que não mais privilegia quem realmente sabe fazer o verdadeiro carnaval? Não estou falando aqui como um “bamba” nem como um “sambista”, mas como um admirador da cultura popular. Quero registrar aqui que já estive nesta festa, mas ainda nos tempos da avenida São João, desfilando pela Camisa Verde e Branco. “Maré ô...Maré levou..indo afora a mostrar..Brilha de novo, um chafariz iluminado, recordando, Atlântida cinema do passado!!” Foi o samba cantado em toda a avenida e vencedor daquele carnaval. Foi emocionante participar de algo que ainda era ligado à mais pura tradição dos “bambas”.
O que nos resta hoje é este “espetáculo” interesseiro, grosseiro, estimulado cada vez mais pelo poder do dinheiro. Prá turista ver!
Que o Sol brilhe na mente dos sambistas recentes, para que eles recorram ao passado para um futuro melhor.
Como bem disse o mestre Paulinho da Viola em "Desilusão":Apesar de tudo existe uma fonte água pura. Quem beber daquela água não terá mais amargura