segunda-feira, 13 de fevereiro de 2012

na Agência USP - Imprensa “construiu” epidemia de febre amarela em 2008

No verão 2007/2008, notícias veiculadas na grande imprensa davam conta de que o Brasil vivia o risco iminente de uma epidemia de febre amarela. Mas, uma pesquisa realizada na Faculdade de Saúde Pública (FSP) da USP mostra que o “discurso” das reportagens e artigos publicados foi equivocado. “O país vivia uma epizootia, que caracteriza a manifestação contagiosa da doença em animais, e não uma epidemia”, aponta a jornalista Cláudia Malinverni, tratando o ocorrido como uma “epidemia midiática”.

Com base na análise de 118 matérias sobre o assunto veiculadas no jornal Folha de S.Paulo, entre dezembro de 2007 e fevereiro de 2008, a jornalista pôde observar outras informações imprecisas, como a não identificação do ciclo da doença e de que o mosquito transmissor, na oportunidade, teria sido o Aedes Aegypti. “A febre amarela acontece em dois ciclos, o silvestre, que atinge primariamente animais, sendo os humanos infectados acidentalmente, e o urbano, no qual o homem é o hospedeiro primário”, explica Cláudia. Ela justifica a opção pelo jornal por ser, na época, o de maior circulação nacional. O estudo Epidemia midiática: um estudo sobre a construção de sentidos na cobertura da Folha de S.Paulo sobre a febre amarela, no verão 2007-2008, foi realizado sob a orientação da professora Angela Maria Belloni Cuenca, do Departamento de Saúde Materno Infantil da FSP.

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