sexta-feira, 24 de fevereiro de 2012

sociedade - Num canto qualquer desta cidade, talvez ainda se veja o carnaval!

São Paulo é, e sempre será, um berço de bambas! Estes artistas populares eram vistos no carnaval, exibindo suas habilidades de passistas, suas composições, seus dons naturais para a batucada, para o improviso.

Fora do carnaval tudo isso podia ser visto nos bairros - que chamam hoje de “comunidades”. Aliás, na minha modesta opinião, esse termo define bem o quanto nossa sociedade procura diferenciar os que têm mais dos que têm menos -, nos bares do centro da cidade, nas caixas dos engraxates, nas rodas da boa malandragem!

Pois é! O “espetáculo” televisivo carnaval deu no que deu. Vergonhoso em seu final, principalmente em relação aos episódios ocorridos na apuração em São Paulo. Que “coisa” é essa que não mais privilegia quem realmente sabe fazer o verdadeiro carnaval? Não estou falando aqui como um “bamba” nem como um “sambista”, mas como um admirador da cultura popular. Quero registrar aqui que já estive nesta festa, mas ainda nos tempos da avenida São João, desfilando pela Camisa Verde e Branco. “Maré ô...Maré levou..indo afora a mostrar..Brilha de novo, um chafariz iluminado, recordando, Atlântida cinema do passado!!”  Foi o samba cantado em toda a avenida e vencedor daquele carnaval. Foi emocionante participar de algo que ainda era ligado à mais pura tradição dos “bambas”.

O que nos resta hoje é este “espetáculo” interesseiro, grosseiro, estimulado cada vez mais pelo poder do dinheiro. Prá turista ver!
Numa troca de emails com uma amiga carioca ela me escreve: “a essência do carnaval já não existe mais, tudo gira em torno do espetáculo q a Globo quer mostrar, do capitalismo, as musas e rainhas são beldades construídas pelo “Doctor Rey”, o samba enredo só é repetido o refrão e por aí vai.”

Que o Sol brilhe na mente dos sambistas recentes, para que eles recorram ao passado para um futuro melhor.
Como bem disse o mestre Paulinho da Viola em "Desilusão":Apesar de tudo existe uma fonte água pura. Quem beber daquela água não terá mais amargura

quinta-feira, 16 de fevereiro de 2012

na Agência USP - Corrupção prejudica a qualidade da democracia brasileira

A participação mais efetiva da população e conhecimento das regras do jogo poderá fazer um combate eficiente contra a corrupção.

Entre os males causados pela corrupção no Brasil, um dos principais é a ameaça à democracia. “Principalmente em relação à qualidade do regime”, descreve o cientista político e engenheiro Carlos Joel Carvalho de Formiga Xavier. No Brasil, há 25 anos a maior preocupação era com a transição para a democracia. Mais tarde, houve o período de discussão e consolidação do regime. “Atualmente, a preocupação é justamente com a qualidade. E o Brasil já sente os efeitos danosos da corrupção em sua democracia”, enfatiza o pesquisador.

Em sua pesquisa de mestrado realizada no Departamento de Ciência Política da Faculdade de Filosofia, Letras e Ciências Humanas (FFLCH) da USP, Formiga destaca que um dos pontos em que se pode observar a queda da qualidade da democracia no Brasil é justamente na pouca participação e interesse da população por política de um modo geral.

No estudo de mestrado A corrupção política e o caixa 2 de campanha no Brasil, que teve a orientação do professor José Álvaro Moisés, da FFLCH, Formiga faz uma análise de como a democracia é afetada, em especial na “responsividade” do governo. “A corrupção tira do governo a capacidade de responder às necessidades da população e desconsidera as preferências da maioria dos cidadãos em favor de uma minoria disposta a pagar pelo privilégio”, avalia. A pesquisa acaba de ser selecionada pela Associação Internacional de Ciência Política (IPSA) para ser apresentada em julho próximo no XXII Congresso Mundial de Ciência Política, que acontecerá em Madrid, na Espanha.

segunda-feira, 13 de fevereiro de 2012

na Agência USP - Imprensa “construiu” epidemia de febre amarela em 2008

No verão 2007/2008, notícias veiculadas na grande imprensa davam conta de que o Brasil vivia o risco iminente de uma epidemia de febre amarela. Mas, uma pesquisa realizada na Faculdade de Saúde Pública (FSP) da USP mostra que o “discurso” das reportagens e artigos publicados foi equivocado. “O país vivia uma epizootia, que caracteriza a manifestação contagiosa da doença em animais, e não uma epidemia”, aponta a jornalista Cláudia Malinverni, tratando o ocorrido como uma “epidemia midiática”.

Com base na análise de 118 matérias sobre o assunto veiculadas no jornal Folha de S.Paulo, entre dezembro de 2007 e fevereiro de 2008, a jornalista pôde observar outras informações imprecisas, como a não identificação do ciclo da doença e de que o mosquito transmissor, na oportunidade, teria sido o Aedes Aegypti. “A febre amarela acontece em dois ciclos, o silvestre, que atinge primariamente animais, sendo os humanos infectados acidentalmente, e o urbano, no qual o homem é o hospedeiro primário”, explica Cláudia. Ela justifica a opção pelo jornal por ser, na época, o de maior circulação nacional. O estudo Epidemia midiática: um estudo sobre a construção de sentidos na cobertura da Folha de S.Paulo sobre a febre amarela, no verão 2007-2008, foi realizado sob a orientação da professora Angela Maria Belloni Cuenca, do Departamento de Saúde Materno Infantil da FSP.

sexta-feira, 10 de fevereiro de 2012

na Agência USP - Projeto insere conceitos de física moderna no ensino médio

Um projeto de pesquisa está viabilizando a introdução da física moderna no ensino médio de escolas públicas do estado de São Paulo. Desde 2003, a iniciativa vem introduzindo no currículo escolar três conceitos básicos da física moderna: espaço e tempo com base na teoria da relatividade de Einstein; fundamentos da mecânica quântica; e partículas elementares. De acordo com o professor Maurício Pietrocola, titular da área de Metodologia do Ensino, da Faculdade de Educação (FE) da USP, o projeto também visa formar professores multiplicadores para a rede estadual de ensino.

Segundo Pietrocola, os alunos tinham acesso a conceitos da física elaborados até o século 19. “E isso ainda acontece em muitos países do mundo e em outros estados brasileiros”, conta o professor. “A partir de nosso projeto, os estudantes passam a ter acesso a teorias que conheceriam somente no ensino superior. Isso se estudarem na área de exatas. Caso contrário, passam pela vida sem esse tipo de conhecimento”, ressalta.
Iniciado em 2003, há três anos (desde 2008) o projeto teve desdobramentos junto à rede pública do Estado, quando os currículos de Física do Ensino Médio passaram a incluir conceitos de teorias modernas. “Foram cinco anos de preparação onde estudamos os limites e possibilidades do ensino da física moderna. “A etapa atual é formar professores multiplicadores capazes de transitar do ensino de Física clássica para o ensino de Física Moderna”, conta Pietrocola.

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quarta-feira, 8 de fevereiro de 2012

na Agência USP - Mitos mantêm rivalidade entre clubes paulistanos de futebol


No futebol paulistano, desde a sua origem no final do século 19 e início dos anos 1920, alguns mitos são utilizados para manter a rivalidade entre os três grandes clubes da cidade. “Mitos como o Corinthians é o time do povo, o São Paulo tem a elite como torcida e o Palmeiras representa toda a colônia italiana da cidade não refletem a verdade, mas ainda são mantidos e estimulam rivalidades”, afirma o historiador João Paulo Streapco.

Na pesquisa “Cego é aquele que só vê a bola”. O futebol em São Paulo e a formação das principais equipes paulistanas : S. C. Corinthians Paulista, S. E. Palmeiras e São Paulo F. C. (1894-1942), o pesquisador analisou a formação dos três clubes e os momentos históricos entre os anos de 1894, quando o inglês Charles Miller introduziu o futebol no País, até 1942, data da alteração do nome Palestra Itália para Sociedade Esportiva Palmeiras. O estudo de mestrado, orientado pela professora Raquel Glezer, foi apresentado na Faculdade de Filosofia, Letras e Ciências Humanas da (FFLCH) da USP.

As fontes do historiador foram jornais e revistas da época, publicações dos próprios clubes e relatos de jogadores e dirigentes veiculados na imprensa. A partir deste material Streapco constata que já naquela época os mitos e representações não traduziam a realidade de cada uma das equipes. “O Corinthians, por exemplo, sempre teve torcedores em todas as camadas sociais. Assim como o São Paulo e Palmeiras”, afirma.

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